Caravelas
Meus poemas nesse mar de azul turquesa
São caravelas que do porto se desprendem;
E, navegando no horizonte, surpreendem
Meus tristes olhos com tanta beleza.
Ao rubro ardor da tua mão em minha boca
Vão naufragando minhas doces caravelas;
E, no meu peito, essa ânsia quase louca
Traz novo brilho a essa lua nas janelas.
Por que te escondes pelas tardes invernosas?
Por que te ausentas do meu corpo inutilmente?
Seriam tristes essas noites carinhosas?
Meus braços seguem te buscando lentamente
Como se fossem rosas brancas e mimosas,
Mas só te perco nessa noite amargamente.