Despedida
Tão pensativos, os seus olhos tristes
Tão sem sentido os teus gestos vagos
Tão largo e falso o sorriso em teu rosto
Tão pérfidas e secas as tuas palavras.
Não quero consolo que venha do mundo
Não quero nem nada que venha de mim
Palavras tão tortas e mal desenhadas
que tento escrever para esquecer de ti
Tão frouxas e fracas ficaram-se as mãos
Tão tristes e sem vida ficaram-se as cartas
Tão livres e brancos ficaram meus versos
Tão fortes e rapidos ficaram-se os nãos
Lento e fleumático, sem adeus, eu me vou
sem eira nem beira que dei-me sustento
uma rima simples no fim me restou
e o suspiro calmo é o meu último alento.