Despedida

Tão pensativos, os seus olhos tristes

Tão sem sentido os teus gestos vagos

Tão largo e falso o sorriso em teu rosto

Tão pérfidas e secas as tuas palavras.

Não quero consolo que venha do mundo

Não quero nem nada que venha de mim

Palavras tão tortas e mal desenhadas

que tento escrever para esquecer de ti

Tão frouxas e fracas ficaram-se as mãos

Tão tristes e sem vida ficaram-se as cartas

Tão livres e brancos ficaram meus versos

Tão fortes e rapidos ficaram-se os nãos

Lento e fleumático, sem adeus, eu me vou

sem eira nem beira que dei-me sustento

uma rima simples no fim me restou

e o suspiro calmo é o meu último alento.

Cadu Guerra
Enviado por Cadu Guerra em 03/04/2012
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