Tarde sem fim
Escadas!
Escadas e pessoas
Que rolam, que sobem e que descem
Como as pessoas subindo e descendo
Luzes, sol, energia
Cartazes por todos os lados, artistas
Cheiros, aromas, fragrâncias
Apelo ao infinito
Espera, busca
Olhares esguios
Vermelho, lábios, cores... Mulher
Tarde sem fim na cidade grande
Grande é a cidade que se reconstrói no seu seio
Prédios e mais luzes
Frio, choro, gargalhadas
Vozes silenciosas e para si
Harmonia do lucro
Ser com o outro
Na oferta e na procura
Ser para si com uma sede
Sede de vida sede por uma identidade
Pele branca e vermelha
Celular à mão
Celulares tocando e deixando:
Os óculos cair ao chão
Pegadas de refrigerante escuro
No templo as minhas costas
Templo sagrado com história divina deslocada
Arte sem arte
Suor nas mãos
Um lápis sem grafite
Olhos para a solidão
E espera nas escadas.