Juro que sou inocente

Bem sei o que as más línguas dirão,

Parece até que já as ouço dizer;

Nunca me enganou o espertalhão,

Pós-graduado na arte da sedução,

Sim, vão dizer que seduzi você...

Claro, pouco vale o apreço dos tais,

Sua vaia ou aplauso, de parco preço;

Jamais se importaram com meus ais,

Agora te cercam como teus pais,

Afinal, tu serias mais que mereço...

Não importa, corra o disse-me-disse,

Tua beleza sente no banco dos réus;

Teus verdes olhos, quanta meiguice,

Me puseram engajado no Green peace,

Para mim, aliás, sei que é verde o céu...

Tuas alvas e torneadas pernas, lindas

Colunas do templo de meu anseio;

Teus seios, montes inexplorados ainda,

E teu majestoso porte que brinda,

Partiu meu bom senso, bem ao meio...

Agora queres que eu rasgue tua saia,

Como esfriar, o que arde de quente?

Com tanto peixe, pescarias arraia,

Faça meu colo seu descanso sua praia,

Quem amou sabe, que sou inocente...