Nas asas do pensamento...
Para o meu menino...
Cada poema que faço voam palavras que cravo no papel. Breves linhas... Letras suaves e famintas... Meus pés se escorregam pelo tapete e meu corpo ocioso se rende a maciez da poesia. Quase não vejo mais a linha à minha frente, essa linha imaginária e transparente. Mas pra que pensar na linha? O que preciso é me jogar no ar e explodir! Hoje não quero ouvir estórias... Minha fome é outra... Minha sede é de dentro. Meu segredo é esse que a madrugada vadia esconde... E o que importa se já não sou verso? De muito já sou reverso, selvagem, do avesso! Desejos que me tomam... Outras vontades que não as minhas... O limite entre a cantiga dos céus e o ninar da noite é apenas uma metáfora... Com seu jeito sutil atravessas a linha... Essa linha imaginária que nos devora... Que nos distancia... Mas eu sonho, tal como agora, que desta vez você vem e encostar-se-á e em mim de mansinho, bem devagarinho... E teu sorriso nascerá em minhas mãos e teu beijo em meus beijos... Nos sulcos fortes do seu peito irei repousar e o sono te encontrará no meu aconchego...
...E dormiremos envoltos num doce sonho... Nos seios da noite... No regaço do tempo...
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