ALMA DE POETA

A alma ingrata da poeta errante

Que em tua vida nada representa

Paira, ergue-se, esvai-se num instante

E as alegrias alheias afugenta

Relembra, e vê, no passado destruido

As máguas semeadas por incautos

Que da vida tem tudo por perdido

Até mesmo os prazeres lautos

Mas não podem tolher todas as quiméras

Que o cérebro apaixonado já engendra,

E engendrou em longinquas eras;

Nem a esperança de encontrar a tenda

Num oásis de eternas primaveras

Dum coração amigo que a entenda!