Palavras 0656 - Corpo de serpente
Seu corpo reflete luz,
delineado por pequenas sombras
do desejo, do tesão,
do exibicionismo.
O corpo esguio e meio formal,
enlouquece-me.
Com os sentidos aguçados,
tento enfeitiçá-la,
mostrando uma chama invisível
consigo ver labaredas do tesão.
O cheiro de desejo espalha rápido,
depois de ver mordiscar os lábios,
em pensamentos, traço planos indecentes.
Sensual, à espreita, se torna deliciosa,
sua feminilidade é mostrada com olhares,
arrasta silenciosa e perigosamente,
hipnotizado, sua presa fica imóvel,
a boca vermelha e umedecida lambe a pele,
como se experimentando o gosto,
fico à espera.
Imagino-a uma serpente,
a boca sedenta, a língua sem direção,
com seu jeito audaciosa de querer mais,
contorce e enrosca em meus músculos rijos,
provocando um latejar pulsante e indolor.
Atraído pelas provocações
entrelaço ao seu corpo quente,
tomando-o de vez, sem resistir,
a serpente torna-se a presa,
os suores dos corpos iluminam
o escuro do quarto.
Sem outro preparo penetramos um no outro,
sua pele queima no roçar violento da minha,
suas mãos deixam marcas com ardor de garra,
sou deliciosamente preso entre urros e gemidos.
Saciamos a fome de tudo,
misturando odores e suspiros,
molhados ainda ofegantes e em êxtases,
os corpos colados relaxam entorpecidos.
02/04/2012