O tempo foi uma doce quimera,
um amor com furor e primazia,
reluziam as flores da primavera,
em um novo tempo que surgia.
Foi em uma primavera distante,
que com o tempo o amor se perdeu,
ficou um sentimento inebriante,
mas parecendo Julieta e Romeu.
Os sentimentos afloravam em tempos,
era difícil... porque o orgulho resistia,
parecia que os tempos estavam lentos,
o coração é quem chorava e insistia.
O orgulho nos dois lados prevalecia,
nem se perguntavam qual iria ceder
e com isso a tristeza é quem vencia
e corríamos o risco de nos perder.
Não aguentava mais aquele deserto,
na multidão vendo o tempo passar,
precisava rever... ficar bem perto
e ao ouvido tudo e tudo lhe falar.
Voltamos eu e Brisa na Praia da Brisa,
onde em primavera distante começou,
na esperança de que meu rosto alisa,
ter em meu peito a flor que adornou.
Percebemos que nada havia acabado,
sentimentos com ardentes beijos,
os corações unidos entrelaçados,
imploravam por todos os desejos.
Brisa... assim chamo o teu nome.
Reapareces quando eu mais preciso,
liberte-me da falta que me consome,
em teus braços estou no paraíso.
Não dá para esquecer aquela primavera,
hoje é outono... ao inverno precede.
O frio será a mais doce quimera,
no meu corpo que ao teu corpo aquece.