Ó

Amor solene fechado no tempo.

Dispersou-se à rija e plana rotina.

Todavia, foram turvas sextas.

Tumor de lembranças!

Amar não cansa.

E mesmo sofrendo,

transcendamos,

num cálido câncer.

A miséria adorada a afana,

mesmo ainda criança!

Amar não cansa.

E mesmo dos insultos que lembro.

Desavenças das primeiras danças.

Mesmo falanges, legando lama.

Amar não cansa.

E minha velha dor

exulta hiperbólicas andanças.

Vive adoecendo em esperanças.

Remói-se.

Suplique,

ó calma santa!

Amar não cansa.

RODRIGO PINTO
Enviado por RODRIGO PINTO em 25/01/2007
Código do texto: T358875