PRAZEIROSAMENTE
Tantas vezes tentei dizer “quero você”
Foram tantas as vezes que me entreguei a sua mercê
Em oferenda e prece, desejo de apenas ser
A que te bastasse, saciasse, te fizesse enlouquecer,
Arrebatadora e vertiginosa sensação
Em êxtase do mais puro prazer e paixão.
Ah! Quantas vezes quis lhe falar do que senti
Das quantas vezes meu corpo se fez seu
E o fogo no seu olhar que eu pressenti
Antes mesmo que ele encontrasse o meu?
Fomos complementos, entrosamento perfeito,
Casamento delicioso do bombom e do confeito
Encaixe exato, ao nosso gosto e jeito.
Não quero uma lembrança, exijo a presença,
O encontro, o frenesi, a vontade intensa,
Lábios que se buscam, sedentos, ardentes,
Bocas que se completam, beijos incandescentes,
Pele contra pele, volúpia, desejo crescente...
“Sacia-me” tentei dizer, desfalecente...
Entre tantas palavras perdidas e não ditas
Entre tantos silêncios eloqüentes
Entre tantas idas e vindas não descritas
Entre tantos quereres inconseqüentes
Fica a marca profunda da hora maldita
Em que tentei dizer “quero você” totalmente
E não pude evitar sua partida...
Aguardo então agora a sua volta iminente
Para meus braços, meus beijos, meu corpo quente,
Febril por sentir também o seu desejo urgente
A loucura de nós dois tão deliciosamente
Provocante, no bailar dos corpos, envolvente,
Que mergulhamos ambos um no outro, completamente.
Tentei dizer que és meu, e sou tua...prazeirosamente.