Fica…

Quieta

Antes que te dissolvas no meio da multidão

Mas fica a falar

Para que na tua voz

Encontre as pistas que me levem aonde estás

Encontre o meu caminho no meio da escuridão

Sem te moveres

Porque com isso devolves-me a calma de uma pausa

Porque por vezes

É a calma

Se partilhada

É a calma que me satisfaz…

A inquirir-te sem parar

Até onde pretendes ir

Se as metas com as quais sonhas

São reais

Ou são apenas um mito

Que quando acordares

E te aperceberes que não as alcanças

Só te irão desiludir…

Olha o horizonte e pensa

Se ele é real

Ou fruto de uma produção de cinema

O qual quando o tocares

Verás que apenas é um efeito computacional

Destinado não a alimentar o imaginário

E assim nos fazer maiores

Destinado a estimular o apetite

Pelo que se vende nesse cinema

E quando as luzes se acenderem

E voltares ao mundo

Vais reparar

Que essa ilusão

Não vale de facto a pena…

Mas eu insisto para que fiques

Fiques a observar a eternidade

Em movimento

Sem esperares nada

Sem esperares

Que te toque o infinito

Mas sentindo tal até mesmo na pele

E quando atingires esse estado

Olharás para o lado

E verás que estou contigo…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/04/2012
Código do texto: T3587819
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