Fica…
Quieta
Antes que te dissolvas no meio da multidão
Mas fica a falar
Para que na tua voz
Encontre as pistas que me levem aonde estás
Encontre o meu caminho no meio da escuridão
Sem te moveres
Porque com isso devolves-me a calma de uma pausa
Porque por vezes
É a calma
Se partilhada
É a calma que me satisfaz…
A inquirir-te sem parar
Até onde pretendes ir
Se as metas com as quais sonhas
São reais
Ou são apenas um mito
Que quando acordares
E te aperceberes que não as alcanças
Só te irão desiludir…
Olha o horizonte e pensa
Se ele é real
Ou fruto de uma produção de cinema
O qual quando o tocares
Verás que apenas é um efeito computacional
Destinado não a alimentar o imaginário
E assim nos fazer maiores
Destinado a estimular o apetite
Pelo que se vende nesse cinema
E quando as luzes se acenderem
E voltares ao mundo
Vais reparar
Que essa ilusão
Não vale de facto a pena…
Mas eu insisto para que fiques
Fiques a observar a eternidade
Em movimento
Sem esperares nada
Sem esperares
Que te toque o infinito
Mas sentindo tal até mesmo na pele
E quando atingires esse estado
Olharás para o lado
E verás que estou contigo…