Desencontros

Fito o relógio pedindo respostas,

Mas ele só me diz que já passou das seis.

Acompanho o estalo e as vagas horas

Torcendo pra que tudo finde de uma vez.

Quando minha mente está quase vazia

Vem você com toda essa sua tralha.

Sem perguntar se era o que eu queria

E sua lembrança fere-me como navalha.

Naquele dia fui dizer o que sentia,

Você, sempre ocupada com os seus sentimentos.

Eu fingia que a paixão não existia

Para não estragar o nosso relacionamento.

Mas quando estava livre o meu relógio atrasava

E eu chegava sempre todo mal-arrumado

E o meu sorriso estampado você dispensava

Deixando nada além de um frio recado

O meu relógio compreende mais minha dor

Todos seus “tique-taques” em tom de conforto.

O meu relógio avisará quando eu me for

Mas não consigo esquecer você, nem morto.

Sempre te procuro por ai, correndo

Mas você está perdida em um tempo vão.

E quando eu já estou quase enlouquecendo

Ai você me toca com aquelas mãos.

Ainda assim eu acredito em nós

Até quando não houver mais no que acreditar

Eu sei que um dia vamos ficar a sós

E toda essa correria vai acabar.