Febre Ferida

Padeço tua ausência na febre ferida

Que acomete minha sensibilidade inata,

Solidão que fomenta a saudade ingrata

De um perfil cujo painel é a própria vida.

Imenso anfiteatro me aplaude com desdém

E suga de mim um sentimento constrangido

Por uma plateia amorfa que me há consumido

O respaldo evangélico que recebi do além.

Na frenética metafísica dissipo meus átomos

E tua imagem me corrói o ventre combalido

Pela dor que esmaga um amor desiludido

Diante da afeição que se dilui no apêndice de um átimo...

Na excêntrica febre no desvario de um momento

Isento-me de persuadir meu logrado sentimento!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 29/03/2012
Código do texto: T3583501
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