PRADOS DE AMOR
Vem, minha menina,
Brincar pelos campos matinais.
Ver o sol nas retinas
Ao viso da vida nos mananciais.
Vinde ver aqueles orvalhos
Ainda ejaculados sobre as flores,
Sentir que, nestes esgalhos,
Rebrilha ao sol, distraídos olores.
Vêm e dê-me tua mão
E sentirás o vento em teus cabelos
Nos anelos do coração,
Dourando os raios dos meus apelos.
Vede o cristalino riacho
Ainda límpido e plácido de pureza.
Deixa alar estes cachos
Que acende a aurora em tua beleza.
Vem ver teias de aranhas
Entre os caules e ramos dos vegetais.
E beijas-me e te assanhas
Em ares que se fazem em cosmos reais.
E, debaixo da nossa árvore,
Sentiremos o cheiro de nossas almas,
Nos tatos, olfatos que aflore
Na inquieta paixão de nossas palmas.
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®
Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 29 de março de 2012.