SILHUETA
Rasgando as vísceras
Todas as noites
O punhal do tempo
Dilacera o medo
E tinge de vermelho
A palidez do meu lençol
No limite extremo do desejo
Entorpecido por teus beijos
Eu vejo outro dia amanhecer
Olho a porta entreaberta
E pela fresta vejo,
Sua silhueta desaparecer.