Debruçado em Venturas

Lancinantes palavras,

Deitam-se pelas folhas expostas ao luar,

Despontado levemente sobre o mar

Que dá guarida à nave flutuando só

Ao som do estrelar!

Como instrumento da solitude,

Lânguidas venturas se debruçam

Pelo leito da praia instigando lamentos,

Abrindo em leque versos do outrem,

Mágicos avessos se doando ao andar da pena!

Insinuado perante a nudez das águas,

O reflexo se faz esperança tingindo de violeta

Cada estrofe marcada nas pedras

Pelo vai e vem dos ventos, das folhas secas

Em sussurros pelo arvoredo!

Calado pelo pranto,

Chegando com a madrugada e o prelúdio

Encastelado pelo tinteiro, o pensamento voa,

Ganhando o silêncio entre as estrelas

Caprichosamente desenhando o sentir pelo céu!

Auber Fioravante Júnior

28/03/2012

Porto Alegre - RS