Copacabana e Guarujá

Quando sento neste banco,

Neste vagaroso trem em movimento,

Olho ao meu redor e começo a procurar.

Procuro em cada canto, em cada espaço, em cada olhar,

Todavia a cada parada vejo apenas o cotidiano rotineiro.

Saúdo-o, embora reticente.

Como o jovem insensato,

Tomado pela astucia do cego coração,

Me deixo levar pelo pensamento que

Tu também andas por ali.

Busco tão somente materializar o meu desejo,

Digo, através do ensejo de te ver ali passar.

Desejo ilusório, bem sei!

Fito meus olhos atentamente em cada estação.

Logo sou arrebatado para minha realidade:

Como poderia eu contigo encontrar,

Se eu vou para Copacabana e tu vais para o Guarujá?