Dilema de Decidir
Como uma pressão invade o peito, estranhas
A flecha lancinante a perfurar tuas entranhas
Que, se tiras abruptamente, te faz sangrar
Que, se deixas, te faz envenenar
Decidir é como esculpir
Peça bruta a lapidar
Se tu temes o resultado
Ficas a adiar o buscado
Este sentimento ambivalente
Mistura razão e emoção
Se à coragem dá vazão
Ao medo dá armadura e chão
Ao vôo mais elevado
A expectativa te toca
Mas inda te agarras ao estrado
Ante a borboleta te foca
Escolher é como um relâmpago
Que rasga o firmamento no prenúncio da chuva
Mostra e clareia o abrigo
Mas se vem temporal, não tens certeza
Mas, se navegar é preciso,
Decidir é necessário.
Adiar pode ter um preço implacável
De um destino inexorável...
Afinal, as circunstâncias
podem, à tua revelia, definir
em outras instâncias,
quando insistes em resistir ao caminhar...