Dilema de Decidir

Como uma pressão invade o peito, estranhas

A flecha lancinante a perfurar tuas entranhas

Que, se tiras abruptamente, te faz sangrar

Que, se deixas, te faz envenenar

Decidir é como esculpir

Peça bruta a lapidar

Se tu temes o resultado

Ficas a adiar o buscado

Este sentimento ambivalente

Mistura razão e emoção

Se à coragem dá vazão

Ao medo dá armadura e chão

Ao vôo mais elevado

A expectativa te toca

Mas inda te agarras ao estrado

Ante a borboleta te foca

Escolher é como um relâmpago

Que rasga o firmamento no prenúncio da chuva

Mostra e clareia o abrigo

Mas se vem temporal, não tens certeza

Mas, se navegar é preciso,

Decidir é necessário.

Adiar pode ter um preço implacável

De um destino inexorável...

Afinal, as circunstâncias

podem, à tua revelia, definir

em outras instâncias,

quando insistes em resistir ao caminhar...

AJ Araújo
Enviado por Carlos D Martins em 27/03/2012
Reeditado em 27/03/2012
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