Arribar para uma Estrelinha

Queria ser livre e poder voar como meus pensamentos voam, para

Poder estar contigo. Feito ave de arribação e em ti fazer meu ninho.

E nunca mais arribar, em dias de sol ti sombrear, de chuvas ti cobrir,

Nas noites de lua e estrelas para ti cantar, em noites sem estrelas e sem luar, Apenas lhe amar. E sobre tua pele clara de seda descansar.

Mas, não sou livre, não sou ave e nem sei voar. Sou um poeta que só sabe rimar, Rimas de amor, de dor, de felicidade. Navegando no abstrato lúdico do universo De meu ser, rasgo meu coração, desnudo meu sentimento em prosas e estrofes para Uma estrela distante, tal qual a estorinha que minha mãe Lilia me contava, do amor impossível entre um pequenino grãozinho de areia e uma estrela lá no céu, amantes.

Que era assim “um pequenino grão de areia, que era um pobre sonhador, olhando o céu Viu uma estrela, e imaginou coisas de amor, passaram anos, muitos anos, ela no céu, ele No mar, dizem que nunca o pobrezinho pode com ela se encontrar. Se houve ou se não houve alguma coisa entre eles dois, isso ninguém pode até hoje afirmar, o certo é que depois, muito depois, apareceu a estrela do mar”

Sou poeta, sou um pobre grãozinho. Nem ave, e nem um pequeno passarinho, voar não posso, nem livre sou. Minha estrelinha sempre tão distante, já sabe ao menos de meu amor, de meus versos, de minhas rimas pra ela, pois ela meu coração já conquistou. Vou esperar aqui pela minha estrela como o grãozinho esperou.