Divino Apreço

De nó em nó,

Acima de qualquer compreensão

O desenho vai sendo bordado,

A silenciosa melodia é compreendida,

E o céu enfim, mostra-se em lantejoulas!

A palavra vem do floral,

Enfeitando o balcão, que dá

Boas vindas ao outono, dourando o verso,

Que se estende pelo alvo pergaminho,

Relicário do estro inspirado n’alma!

Suave feito canto de borboleta,

É a alquimia do avesso desvendando mistérios,

Criando em cada renascer um enigma,

Regando a terra já germinada, deixando na face

O carinho do orvalho... Divino Apreço!

Em uma estrofe de outrora,

Saiu da solidão arando o chão de giz,

Entregando-me a sombra nítida e efêmera

Que ainda me envolve no lirismo do sentimento

Maestro dos meus lamentos prosaicos como a luz!

Auber Fioravante Júnior

26/03/2012

Porto Alegre - RS