Transplante e Prazer
Fardo meu é o teu olhar
Que machuca meu peito e não vem consolar
E me faz chorar
Um pranto guardado a tanto me faz assustar
Quem és tu, ó divina princesa?
Diz que é uma fada guardada a mim pela natureza
E te mostrarei a doce beleza
Que é o amor, muito mais que a tristeza
Cai na minha frente, pois sei que estas cansada
E ninguém cuidará mais ardentemente de tu, minha amada
Meu corpo inteiro quer servir de transplante teu
O que ele mais almeja é dizer que a ti pertenceu
Minhas pernas serão tuas pernas
E nossos abdomens, um só
Nossos lábios, por noites eternas
Cantarão poesias desse amor tão maior
Assim, será impossível nos separar
Se tentar, só se vai tropeçar
Não teria mais jeito
Meu sangue se perderia em teu peito
Seria o amor mais amado
Um prazer nunca experimentado
Dois corpos sem cansaço
Ocupando, sempre, o mesmo lugar no espaço...