Anjo bom
Eu conheço o mal
Que manifesta nas almas das feras
Como feras são elas o próprio mal
São visgos negros e venenosos que deixam seqüelas
Dilaceram a carne vermelha
E o sangue precioso
Que jorra e já é como água suja da chuva
E seus cúmplices são as negras nuvens
Que como quem não quer nada
Propaga-se em uma prolongada
Heresia da dor
Não há face oculta, apenas facas afiadas
Que decepam sonhos e ruborizam as cores
Das flores
É a terra negra que assola estagnada o chão
Com as lindas unhas pintadas com esmalte marrom
Eu penso como Foucault
E a chamo de meu anjo bom
Alexandre