Coração da Poesia
O dia já está se pondo,
Nuvens e montanhas abrem-se
Ao espetáculo das luzes no encontro das águas,
Da cidade nos espelhos refletida,
O lampião dando boa noite ao olhar!
Sob a meia luz,
Papiros se apoiam pelas escrivaninhas
Aguardando o primeiro suspiro do tinteiro
Dando a bênção a seu mestre escrevente,
Que n’alma tem o coração da Poesia!
Iluminado pelo sentimento saudade,
Vasculho meu baú de devaneios
Reverenciando a princesa do zodíaco,
Alçada entre as brumas, intuindo marés,
Imprimindo no vazio da folha... Desejo!
Pelo silêncio em plenitude,
A delicadeza da palavra se faz presente
Conduzindo o verso à embriaguez do amor,
Intenso como no início da sonata
Brilhante qual estrela guardando meu poema!
Auber Fioravante Júnior
25/03/2012
Porto Alegre - RS