Anjinho

Uma noite eu a vi,

Sob o clarão que o luar prateia,

Ela triste fita-me e sorri,

Ao caminhar solitária pela areia.

Levava ao peito pequena flor,

Com leveza lhe dava um beijo,

Chorou na desventura teu amor?

Ardeu-te na febre o desejo?

Pobre mulher!Que chora sozinha,

Nesta noite de cálido verão,

Vem pôr tua mão entre a minha

E sentir o palpitar do meu coração

Porque o pranto do adeus?

Se tua rosa murcha sem água,

Una teus lábios junto aos meus,

E afoga-te neles toda a mágoa

Loucura! Ver-te apenas uma vez,

E delirar na febre de um enleio,

Fingindo corar-me a morena tez,

Desejando beijar-te senão o seio

Que róseo se abre tão sequiosa,

Na febre d’um amor delirante,

Que uma nota de amor saudosa,

Fizera a ti seu imortal amante!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 25/03/2012
Código do texto: T3574305
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