SENTIMENTOS DE AMOR
SENTIMENTOS DE AMOR
Velejei por mares bravios e águas turbulentas,
Sofri com o balançar das ondas em vil revolta.
Vi esmaecer as minhas esperanças opulentas
No pensar cadente sem pandega que se esgota.
Não logrei as venturas que meditei e planejei,
Nos sonhos corroídos sem belas esperanças.
A minha face amarelou quando tonto me deitei,
Alardeando motivos para as bem-aventuranças.
Sofri, chorei no amargor sem contentamentos,
Senti faltar as minhas doces e sutis esperanças.
Minha fisionomia refletia esperançosas bonanças
Soltando, iluminando, meus tristes pensamentos.
Meu ligeiro navegar tinha esplendorosa missão.
A todo instante tentava vencer grandes percalços,
A minha diretriz, meu viés era sentir doces abraços,
De uma formosa donzela de fantástica iluminação.
Consegui afinal transpor os obstáculos frenéticos.
O amor sofrido, dilacerante não suportava esperar.
O coração a palpitar em revoltos movimentos tétricos.
A vontade descontrolada, a sensação luzidia de amar.
Ela veio alegre ao meu encontro, sorridente e feliz.
Como um redemoinho a afaguei num forte abraço.
Era amor, paixão que não contive e perdi a diretriz.
Num belo encanto nos abraçamos sem embaraço.
Na relva verdejante nos deliciamos ao som da passarada.
O final da viagem nos incita a ósculos renitentes e ardentes,
As borboletas multicores voam em delirantes revoadas,
Raiou o prazer e nos entregamos aos amores solenemente.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-FORTALEZA/CEARÁ