Confissão
Direi-te-ei,
mansamente
nas dobras cálidas
da noite
meus segredos,
minhas falhas.
Abrirei lacunas,
debruçada em tua alma
e os seus contornos.
Pousarei leve,
no silêncio silvestre
e tecerei anseios,
nos pergaminhos
sobre os teus ombros.
Nas sombras,
exalarei o aroma campestre
das rosas;
frágeis como caracóis.
Palavras sagradas,
apagarei
em tuas águas.
Longas asas
em teu corpo
doce, suave.
No cálice do deserto
adormecerei,
à espera
de vestígios,
pegadas na areia.
Guardarei
um punhado de aurora
nas estrelas
de tua pele madura.
(Verônica Partinski)