REPRISE
Dá-me às vezes sensação
do amor no reinício,
e a nossa história remonta
as loucuras de novo.
(Tão louca, eu te cobiço!)
Batem frios da adolescência
e ressinto paixão
em cada parte
dos anseios que removo.
Até brinco, choro e me enfeito;
para ti compareço apenas refeito
sem a luxúria da perfeição.
E me desleixo e te devolvo
uma virtude e dois defeitos,
esse capricho adolescente
do desejo ousado, pagão.
Restauro uma carícia nos ombros,
quando desce aos teus dedos
e põe-te um beijo na mão.
Reaperto-te no peito, agressivo,
num murmúrio solto na estrada
de lua desavergonhada:
o requinte do sim e do não,
nossa dor e a consumação.
Como a reprise duma alvorada
sem a experiência
de entardecer a emoção.
Poema integrante do livro "Carne Íntima", 1984.
Dá-me às vezes sensação
do amor no reinício,
e a nossa história remonta
as loucuras de novo.
(Tão louca, eu te cobiço!)
Batem frios da adolescência
e ressinto paixão
em cada parte
dos anseios que removo.
Até brinco, choro e me enfeito;
para ti compareço apenas refeito
sem a luxúria da perfeição.
E me desleixo e te devolvo
uma virtude e dois defeitos,
esse capricho adolescente
do desejo ousado, pagão.
Restauro uma carícia nos ombros,
quando desce aos teus dedos
e põe-te um beijo na mão.
Reaperto-te no peito, agressivo,
num murmúrio solto na estrada
de lua desavergonhada:
o requinte do sim e do não,
nossa dor e a consumação.
Como a reprise duma alvorada
sem a experiência
de entardecer a emoção.
Poema integrante do livro "Carne Íntima", 1984.