SINAL

 
 
Já pressinto no horizonte o teu sinal.

 
Virás das veredas menina
impetuosa  seduzir, crescida,
o menino que conheceste
numa manhã no teu quintal;
e alastrarás perfumes delicados
de ventilar palavras meigas
e revelar  no teu corpo
a mulher finda, sexual.
 
 
Voltarás, agora, deusa constante
pôr acesas essas noites de calor,
cravando marcas na praia terminal
do meu mar sereno, absoluto.
Do esconderijo sairei, inculto,
venerar-te a brisa e o sal
e molhar-te as plantas dos pés
e te soprar um frio de amor.

 
No azul do fim já pressinto sim,
pródigo amor,
teu vulto tremular: um bom sinal.
 
 
Poema integrante do livro "Carne Íntima", 1984.
Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 23/03/2012
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