TORTURADA...
sempre que mentalizo tua ausência
penso nas doces palavras
que com carinho me dizias;
era um sibilar de frases incontidas
que com o calor do desejo
despejavas em minha nuca.
Nesse delírio, minha saudade sempre escuta.
Vou partida ao meio nessa dor desfigurada
somando trajetórias que nunca alcancei,
aumentando as feridas que nunca curei,
enveredando por curvas que jamais ousei,
por ser tu, a minha pele torturada.
Abracei teu vulto amado
dentro das incerteza de dias vazios.
Hoje, tuas mãos invisíveis resvalam minha dor;
sempre vejo-te neste suplicio de amor.
Não posso deter-te!
Corres para a sombra
que te assoma,
de mim te afastando,
condenando-me a perder-te.