Versos, Sempre Versos

Versos, Sempre Versos

Semeado pelos ventos do norte,

Entrego minhas folhas, alvas, sem pautas,

A este silêncio cantante, ébrio de luz,

Guardião das falas metálicas do âmago!

Com os olhos empapuçados,

Declino-me ao jardim celestial

Colhendo de cada estrofe, uma palavra,

Gestora d’alma... Etéreo soneto!

Instrumento dos desejos,

Embarco no vestir das entrelinhas

Tatuadas no vértice de cada reverso

Ecoando ao andar da poesia!

Diante do prosaico das notas,

Deixo-me despir pelos sons da noite

Bordando pelo breu sistemas estrelares,

Infindáveis como o doce gostar do velo luar!

Oh! Lágrima do sentir,

Deslize sobre a face miúda,

Escreva seus lamentos cultuando o amor

Aceso feito sol no sertão, único,

Dentro do peito do sempre poema!

Auber Fioravante Júnior

21/03/2012

Porto Alegre - RS