SINCERO
Triste o olhar posto
para a amplidão deserta,
quando ninguém próximo
toca uma carícia no rosto
nem beija o lábio que desperta.
- De longe, somos retrato na parede
expressando um brilho de espera:
Nossos devaneios, quando verdes,
deram-nos os dias de saudade,
mas só tu foste, admirável quimera,
constante mulher de meu harém
(proibido de embalar-me na tua rede,
dormi os sonhos de ninguém).
Conservo os olhos calmos e tristes: esferas
solitárias plenas de castidade,
desatentas, também sinceras.
Poema integrante do livro "Carne Íntima", 1984.
Triste o olhar posto
para a amplidão deserta,
quando ninguém próximo
toca uma carícia no rosto
nem beija o lábio que desperta.
- De longe, somos retrato na parede
expressando um brilho de espera:
Nossos devaneios, quando verdes,
deram-nos os dias de saudade,
mas só tu foste, admirável quimera,
constante mulher de meu harém
(proibido de embalar-me na tua rede,
dormi os sonhos de ninguém).
Conservo os olhos calmos e tristes: esferas
solitárias plenas de castidade,
desatentas, também sinceras.
Poema integrante do livro "Carne Íntima", 1984.