OUTONO ÍNTIMO

Autonal amor de noites mais longas que nossos dias

Onde varia as temperaturas de nossos oníricos desejos

Sob o amplexo das folhas que caem pelo nosso caminho

Colhemos os frutos das sementes germinadas em nosso solo

Transubstancia-se as folhas em adubo para outra estação

E a anagogia toma conta de tudo que nosso íntimo reverbera

Pois ingênitos são os laços das raízes que ungem esse querer

Amarelam a folhagem de nossos desassossegos e nossos temores

E nus nos vestimos de afeto desejos e vontades para outra estação

Trocamos o reinado da primavera e criamos nossa própria oclocracia

Protegendo-nos assim da obumbração das intempéries do ocaso do acaso

Para que nosso outono esteja em um nadir propicio ao nosso enlace

Já que é uma estação sibarita e que nos desperta o fogo dessa transição

Em nosso arrebol inerte tornam-se os ventos que envolvem nosso quintal

Onde o silêncio palrador preenche todo o vazio envolto em nosso derredor

Sob os pendores climáticos acentuados no mais profundo acolhimento

Nas vastidões de nossas verdades e incertezas que pairam em nosso universo

Auscultávamos os ensinamentos dos elementos fomentadores de nossa natureza

Para entrelaçados em nossos sentimentos pudéssemos perscrutar nossa primavera

No outono da vida que lentamente o tempo nos apresenta em nosso presente

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 21/03/2012
Código do texto: T3567587
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