MINHA DIVINDADE

Quer saber? Pouco importa que eu pareça louca,
se o que expresso e escrevo para ti é sempre coisa pouca
diante daquilo que tu me provocas - tão indescritível,
que qualquer pretensa palavra que o diga é sofrível!

Que importa se o mundo me veja, assim, descompensada,
ou então pegajosa, aérea, insana - só tédio, tão exagerada?!
Há um Deus que é em todos, e em tudo que se vê na vida;
mas tu és a minha divindade escondida, amada, venerada - escolhida!...

Como não? Se és todo o meu hálito - o sopro vital!
Sem a tua existência tudo se converte em abismo total!
Tu és o sentido de cada instante, e de cada meu dia;
Tu és a base - o alento oculto em toda e qualquer alegria!...

Que me importa, se venero um deus, quanto eu, tão mortal?
Divindade é o mesmo que vida; e a tua ausência é morte fatal!
Que se fartem, pois, todos, gritando: é delírio, este amor!
Pois te amando é que pairo, solene, em vôo de condor!...

Que me importa?! Há quem considere o amor coisa pouca,
insossa, sem sentido... Só que eu, sem você nesta vida - sou louca!
Sem sentido, caríssimos, é um mundo visto em preto e branco;
sem o amor da minha divindade no peito - e eu morta, sobre um banco!...



Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 23/01/2007
Reeditado em 25/02/2007
Código do texto: T356498
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