= Amor encontrado =
Longos anos caminhei.
O tempo, coloriu, apagou,
Bordou em ouro,
Os amores.
Em prata, a vida.
Ao escassear o ouro,
a prata com pouco brilho,
olhei-me no espelho,
pouco restava.
Por que os sonhos permaneciam?
Preparei um baú de pirata,
grande cadeado na tampa coloquei.
Em cárcere, colocaria meus tesouros,
meus amores,
minha felicidade,
e a vida.
Passaram-se os dias, anos, décadas.
Vazio ele permanecia.
Fechei o maldito,
enterrei-o onde ninguém podia encontrá-lo.
Acomodei-me em meu canto.
Desiludido, ouvia o tic tac do tempo.
Novos ventos sopraram.
O corpo despido pela descrença
tombava suavemente
como trigal maduro ao vento.
O baú fora violado.
Do coração, o ouro jorrou.
Pratas de muito brilho,
dos olhos exalavam.
Era o amor buscando forma.
Seu lindo sorriso despertou-me.
Culpo você...
Mulher linda dos sonhos meu.
Tonho Tavares.