Desatino
Sinto-me violentado pelo assédio do teu pensamento
Que surrupia imagens no profundo do meu ego,
Já teus audaciosos olhos tornaram os meus cegos
Pelo fogo de tua contemplação em meu sentimento.
Eis a invasão domiciliar em que perscrutas o meu íntimo,
Percebo-me logrado pela telepatia dos teus desejos
Que rondam perspicazes o conteúdo dos meus segredos
E me beija tresloucadamente pela fissura de um sigilo ínfimo.
Covardemente assenhoreaste com peçonha o meu eu
E me tomaste em teus braços por um ósculo que aconteceu
Inadvertidamente por um átomo rebelde e cretino...
Compilaste todos os acessos que são minhas entradas,
Puseste cadeado e algemas e bifurcaste as estradas
Para que no amor não haja memória, mas desatino!