Bailado Ritual

A dançarina rodopiou diante do espelho

E vi meu rosto rubro, deveras vermelho

Por uma saudade que consumia minha solidão.

Em seus movimentos espertos e sensuais

Havia uma carência que me perturbava demais,

Pois era um inconfundível retrato do meu coração.

Terrível angústia acomodou-se em minha mente

Ao perceber que aquela música era amargura,

Diante de um bailado e de uma agitação pura

Fui plagiando os rodopios assim de repente.

Fui levada a dançar no ritmo do figurino

E pude atravessar ruas e cruzar esquinas...

Como gostaria de ser a insensível bailarina,

Despedir de mim a tristeza e bailar sorrindo!

Dalva de Oliveira
Enviado por Dalva de Oliveira em 18/03/2012
Código do texto: T3562013