Esse tal de Encanto
Quem nunca se encantou?
Isto lhe parece não fazer qualquer sentido?
Afirmo-te: morrestes antes mesmo teres nascido.
Encanto pela vida,
Pelas conquistas.
Até mesmo nas oportunidades perdidas,
Há ai grande sabedoria,
De quem viveu experiências,
Não apenas por um dia.
Encanto é oásis de águas que tu bebes,
E por mais que contradiga,
É estar vivo na vida.
Encanto pelo visto,
E também pelo desconhecido,
Encanto é sentir, chegar sem precisar ir.
Quando o encanto é maior,
Desses que não pode ser controlado,
Pega a tua espada e o cavalo,
E traga pra teu lado a tua amada.
Nunca se encante pelo todo,
Vá bem devagarzinho,
Delicie-se com as partes,
Como pintor que traça cada linha,
Para compor o esplendor da sua obra arte.
Acaso alguém lhe disser,
Que o caminho mais curto entre dois pontos é uma reta,
Ignora os caminhos do corpo de uma mulher.
Se partes dos pés,
E vais em linha reta, direto ao pescoço,
É como pressa, que lhe faz engolir a manga com caroço.
Um encanto não somado a outro é pouco, quase nada,
É tomar chá sem biscoitos, ou mesmo sem torradas.
Ah, esse tal de encanto, constantemente desmitificado,
Por aqueles que não diferenciam um redondo de um quadrado,
Pelos céticos, que se dizem realistas,
Os mesmos que lêm um Best Seller,
Como se desfolhassem as novidades de uma revista.
Encanto sem asas cuidam àqueles que envolvem no peito armadura de couraça.
É coração vencido, de caminho restrito,
Onde até mesmo este está sempre perdido.
Encanto pela menina,
Pelas formas,
Pelo jeito de andar,
De ainda poder, em qualquer idade,
Viver esse dom maior de amar.
Encanto é isso, e tudo mais.
É deslumbrar-se pelo presente,
Com os momentos do passado,
Sem precisar voltar atrás,
É esse caminho sem rumo,
Que nos conduz a todos os tempos
E nos assegura um futuro pra lembrar.
Encanto por tudo que houver,
Por onde ela anda e pisa,
Um novo encanto todo dia,
Que faz de todos nós poetas,
E encantamos na poesia.
Ah, esse tal de encanto!