Imprudência

(Uma ficção chamada Açucena)

Marcondes Filho

Açucena... Sabe o que penso?

Venho percebendo aos poucos

Que você é imprudente

Senão vejamos:

É Bela,

É carinhosa,

É charmosa,

É deliciosamente Mulher,

É saborosamente fêmea,

É meiga,

É fascinante,

É estonteante,

É graciosa,

É de uma imaginação

Maravilhosamente erótica,

(Apenas imagino)

É tentadora,

É esplendorosa,

E mais;

Sabe ser tímida

Por necessidade de fazer enlouquecer.

(Isso também imagino)

Que adjetivo mais poderia achar em você?

Se vasculhar minha mente

Com o único desejo de descobrir

Com certeza

Eu descobria

Que você é mais que um conjunto de adjetivos

E com certeza existem mais alguns

Eu percebi além dos já citados

É humilde

É generosa

É criativa

É profissional

É mãe

É amiga

É companheira

É cúmplice

É terna

É serena

É compreensiva

É calma

É prestativa

É emotiva

É sensível

Não digo mais...

Não quero

E nem devo

valorizar sua imprudência

Mas...

Imprudência

É ser correta,

Ser magnífica,

Ser dona de todos os adjetivos!

É claro que é uma pessoa tão perfeita

Que sua imprudência

Fez-me apaixonar por você

Aliás...

não só eu,

Qualquer outro ser humano,

Qualquer um mesmo

Apaixonaria-se por seus predicados

E adjetivos

E muito mais

Totalmente pelo ser humano.

Então, ter tantos adjetivos assim

De fato

É uma imprudência!

Ah...perceba

Querida, será uma imprudência maior ainda

Se me amar um dia

Pois jamais deixará de me fazer feliz!

O certo é que adoro você!

PS:- “ Um poeta pode,deve e tem direitos adquiridos emocionalmente para sonhar, imaginar e alinhavar sentimentos.Pode até formigar sobre palavras como se fossem torrões de açúcar!”

Fim