NA JANELA DOS DEVANEIOS
Clara da Costa
Olhando a noite escura,
perambulo na janela dos devaneios...
Vejo a solidão do meu eu,
na quimera fantasiada
do meu pulsante e louco coração
que flutua, geme, queima, grita.
Ouvindo uma canção
que atravessa a janela,
ela traz a melodia do teu sorriso
fazendo pulsar faminto meu coração.
A penumbra invade minh'alma,
resta-me a lembrança de quando tudo era
amor, suavidade, ternura.
Na janela dos devaneios,
minh' alma adormece...
e eu não sinto mais nada.