SOM DA NOITE
(Sócrates Di Lima)
Há lá fora o gruindo do vento,
Parecendo uma ave impaciente,
Forte bate a janela como um elemento,
E traz-me as lembranças da gente.
Abro a janela pensando ser a chuva,
Que tanto ameaçou descer,
Mas, calma está a noite na curva,
Do pensamento que não deixa dela querer.
Aí, reside a saudade,
Nos bra'vcos da noite mansa,
E uma coisa gostosa me invade,
A fragrância dela que me alcança.
E lá onde Basilissa está,
Meu pensamento vai buscá-la,
E como asas que voam pra lá,
Na noite dela, encontrá-la.
Então nos sons na noite espalhados,
São melodias que rias me trazem,
Olhares noturnos de dois namorados,
Muita saudade na distância fazem.
Ouço então os sons da noite calma,
Na voz de Basilissa que deliciosamente me atropela,
Me chama ao telefone e sintoniza minha alma,
Fazendo o som da noite a melodia que feliz me interpela.
Ao lado da janela,
A luz amarela de uma vela,
Gotas de chuvas trazendo a saudade dela,
Ao som silencioso da noite em mim e nela.