EGRÉGIO E RÉGIO

O amor é um fino laço

Que leva sabor ao acaso

No aconchego do abraço

E no toque do beijo raso.

O amor é um servidor

De néctares de prazer

É o fluir sem sentir dor

De um belo riso a enternecer.

O amor é alegria de vida,

De nascer e se importar

Com a canção perdida

E com um afago a me tocar.

O amor é um verso de poema

É a entrega em pura gana

Com a extinção de um dilema

E o raro fim da luta insana.

O amor é um cuidado

E uma palavra de carinho

É o pleno vôo de um alado

Com asas de um passarinho.

O amor é sóbrio e livre

É sublime e inefável

Quando vou onde nunca estive

E é somente inabalável.

O amor é um grande alçapão

Que acolhe a dor do mundo

E a transforma em canção

E num suspirar profundo.

O amor é o sopro assaz

Que inebria o peito humano

E vai à busca da paz

No alvorecer do nosso sono.

O amor é o lídimo beijo

Entre um sentimento régio

É fluxo do meu desejo

Codificado num verso egrégio.

Márcio Ahimsa
Enviado por Márcio Ahimsa em 23/01/2007
Código do texto: T355842