EGRÉGIO E RÉGIO
O amor é um fino laço
Que leva sabor ao acaso
No aconchego do abraço
E no toque do beijo raso.
O amor é um servidor
De néctares de prazer
É o fluir sem sentir dor
De um belo riso a enternecer.
O amor é alegria de vida,
De nascer e se importar
Com a canção perdida
E com um afago a me tocar.
O amor é um verso de poema
É a entrega em pura gana
Com a extinção de um dilema
E o raro fim da luta insana.
O amor é um cuidado
E uma palavra de carinho
É o pleno vôo de um alado
Com asas de um passarinho.
O amor é sóbrio e livre
É sublime e inefável
Quando vou onde nunca estive
E é somente inabalável.
O amor é um grande alçapão
Que acolhe a dor do mundo
E a transforma em canção
E num suspirar profundo.
O amor é o sopro assaz
Que inebria o peito humano
E vai à busca da paz
No alvorecer do nosso sono.
O amor é o lídimo beijo
Entre um sentimento régio
É fluxo do meu desejo
Codificado num verso egrégio.