Sobre o Gelo Fino

Numa folha cheia de vincos

Deixei há muito, alguns versos, versos estes

Perfumados em noites insones, noites

Que a solidão revelava-se ainda mais infinda

Como as palavras brotando pela tenacidade do tempo!

Quando no peito a lágrima chegou,

O som do violetário ecoava em semitons

Margeando a centelha de cada avesso

Que descrevia o viver em lamentos

Ancorados numa galáxia chamada amor!

Sobre o gelo fino,

A amiga pena deslizava como uma bailarina

Esvoaçando seus tecidos, flutuando pelo ardor

D’alma, cantando aquilo que as estrofes não traziam

Nos anversos traduzindo o coração!

Encouraçada pelo Divino,

A poesia nascia criando em cada linha

Razão, emoção, formas de amar

Que deixaram lembranças cometidas

Pelo olhar da luz incidindo no velar do luar!

Auber Fioravante Júnior

14/03/2012

Porto Alegre - RS