QUERÊNCIA
(Sócrates Di Lima)
A distância me faz carente,
Faz minha amada impaciente,
A distância trama contra a gente,
Mas a saudade nos aproxima de repente.
Quero abraçar-lhe agora,
Real e em pensamento,
Um abraço sem demora,
Tão longo e tão sedento.
Amo-a na doçura do meu querer,
E no meu amar, a vontade emerge do ser,
Num louco e expressivo saber,
Que a saudade faz tudo acontecer.
Quero te pegar de jeito e no colo,
Na dimensão da saudade que sinto,
E quando estou com ela esta saudade esfolo,
Ignoro-a e a jogo no labirinto.
Basilissa é a minha única carência,
Não existe sombras de outros mares,
Somente ela tem minha alma em referência,
Meu amor é a carência dos seus olhares.
Trinta horas por dia,
É a disposição do meu amor que é só dela,
Minha carência eu expresso na poesia,
Mas o meu amor, entrego em corpo só pra ela.
Como o encontro sob a chuva,
Que lava a saudade de um amor distante,
Minha carência não é turva,
É tão clara como a volúpia de dois amantes.