Abstração

O amor fez-me chorar na solidão

De um claustro suspenso de um jardim,

No colo da saudade uma angústia pranteia sem fim

Os malabarismos que fazem piruetas em meu coração.

O amor deletou os genes de minha sensibilidade

E minha sensualidade gritou em sinal de alerta,

Fragmentos de dor deixaram na seara deserta

A insensatez que fotografou intensa iniqüidade.

O amor deserdou-me de conquistas hidratadas

E me pôs a mercê de embalagens deformadas

Que o tempo consignou como nuances de precipício...

O amor instalou-me numa plataforma de imperfeição

Onde carinho e ternura denunciaram com decepção

A abstração de um sentimento inócuo e fictício!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 15/03/2012
Código do texto: T3556229
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