OS OLHOS DELA
(Sócrates Di Lima)
Os olhos dela às vezes,
São dois lagos perenes,
Braços do mar, no meio da tarde de azul cor,
Onde o Sol faz o brilho,
E a brisa seu frescor.
Os olhos dela ás vezes,
São duas estrelas luzindo,
No meio da noite escura,
Onde seu brilho faz a diferença,
Entre o chegar ou partir da loucura.
Os olhos dela ás vezes,
São dois pingos azuis,
Numa tarde molhada de calor,
Onde o Sol remaneja,
O seu intelectual fulgor.
Os olhos dela ás vezes,
Parece olhos da mata,
Que pintam o arco-íris,
E que muito se exalta,
Traçam a paixão pela iris.
Os olhos dela ás vezes,
São duas taças de céu,
Bebidas num só trago que marca,
Pelo olhar apaixonado,
De quem dele se cobre em véu.
Nos olhos dela ás vezes,
Um olhar maduro,
Que traz a palavra muda que traduz,
O coração maltratado e duro,
Que por esse olhar se seduz.
Os olhos dela às vezes,
Encontrados numa curva,
Traçada pelo destino,
Marcados pelos desejos,
De um olhar de menino.
Os olhos de Basilissa, mulher amada,
Tem um “Q” de coisa louca,
Faz os meu olhos embriagarem,
Da bebida louca da paixão,
Que descompassa o coração.
Os olhos dela são sementes que brotaram,
No coração deste meu olhar,
Que já fez o peito chorar,
Que faz o corpo tremer,
E que faz a vida sonhar.
Os olhos dela ás vezes,
Traça nossos longos caminhos,
Faz a vida sorrir e cantar,
Constrói felizes ninhos,
No simples toque do seu olhar.
Foi num azul olhar,
Que eu me reencontrei,
Quando volvi o rosto nesse despertar,
De olhar pra Basilissa, não mais parei,
E de minha janela,
Alma nua em sentinela,
O olhar de Basilissa longe da tela,
Olho a olho, no olhar dela,
que não deixei mais,
de olhar, só pra ela.