Basta
Já não importa o que tenho cultivado em mim
Por todo esse tempo guardado na minha vida
Não importa se minha caixa de beijos está lotada
Nem mesmo se meus sonhos te contemplam
Eu enfeito o que me dizes por acidente
E me faço credor de um bom sentimento teu
E nessa crença os pensamentos sortidos surgem
Preenchendo de esperança o lugar vazio que sempre tive
De tão pouco que tenho de ti observo
Que nada posso ser além de um alguém que te lê
E nota teus passos neste lugar de palavras
Que tanto decoras com tua arte de viver
Ainda permaneço o desconhecido distante
Que nada sabe deste mundo que é teu mundo e não pertenço
E eis que nessa hora se fez presente
Meu desagrado dessa inercia incondizente
Eu já não tenho mais tempo pra te ansiar por perto
Nem mesmo o tempo que ainda perco ao te escrever
E já não quero mais te dar mais créditos
Ainda que me envaideça o ego
O que já está já basta, mesmo insuficiente.