Afetos negados


Aprendi nas curvas da vida
prender com laços meus afetos
Agitados estavam em meu peito
qual ave rapina em revoada
à caça de uma paixão passada
dorme agora, cá dent´o do peito

Junto a eles guardo aquela noite
quando ao som da rouca viola
teu corpo de amante se fez abrigo
para despedir-me da frugal donzela
que posta sobre o leito em procela
deu asas ao pássaro adormecido

Pérfido, ó pensamento que galopa
nas asas da mais pura imaginação
trazendo o passado como presente
mantém presos com laços meus afetos
que esperam, ansiosos e inquietos
a volta de teu amor que partiu silente

 

 
Maria Celene Almeida
Enviado por Maria Celene Almeida em 14/03/2012
Reeditado em 24/03/2012
Código do texto: T3554534
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