Afetos negados
Aprendi nas curvas da vida
prender com laços meus afetos
Agitados estavam em meu peito
qual ave rapina em revoada
à caça de uma paixão passada
dorme agora, cá dent´o do peito
Junto a eles guardo aquela noite
quando ao som da rouca viola
teu corpo de amante se fez abrigo
para despedir-me da frugal donzela
que posta sobre o leito em procela
deu asas ao pássaro adormecido
Pérfido, ó pensamento que galopa
nas asas da mais pura imaginação
trazendo o passado como presente
mantém presos com laços meus afetos
que esperam, ansiosos e inquietos
a volta de teu amor que partiu silente