MAR AMANTE
MAR AMANTE
Sentada na areia
A sem cauda sereia
Olha embevecida para o mar
Querendo se entregar
Ele, no seu ora vem ora vai
Olha-a com cupidez
Quem sabe a atrai
Para tomar toda sua tez
Devagar vai se chegando
Primeiramente a seus pés
Bem de leve acariciando-os
Para não sofrer revés
Ela sente um calafrio
Sua pele é só arrepio
Levanta-se para avançar
Lentamente, devagar
Ele sobe até sua canela
Admira-a de tão bela
E indo e vindo chega as coxas
Que de frio estão roxas
Então chega a seu meio
Molha-o sem receio
E mais que depressa
Chega a seu seio
Ela embevecida vai se deixando levar
Agora não quer recuar
Mergulha e ele a toma inteira
Beijando-a sem estribeira
E assim fazem amor
Entregam-se ambos sem pudor
Acariciam-se mutuamente
Até o gozo premente
Finalmente maiores ondas
Levam-na de novo a areia
Ela saciada se apeia
E vai fazer uma ronda
Ele sabe que ela voltará
E de novo recomeçará
A troca de carícias
Intensa de malícias
E assim continuarão
Por todo o dia
Destilando paixão
A sereia e seu marzão
Quando a noite chegar
Ambos irão descansar
Recuperar-se da porfia
Amanhã será de novo dia