MAR AMANTE

MAR AMANTE

Sentada na areia

A sem cauda sereia

Olha embevecida para o mar

Querendo se entregar

Ele, no seu ora vem ora vai

Olha-a com cupidez

Quem sabe a atrai

Para tomar toda sua tez

Devagar vai se chegando

Primeiramente a seus pés

Bem de leve acariciando-os

Para não sofrer revés

Ela sente um calafrio

Sua pele é só arrepio

Levanta-se para avançar

Lentamente, devagar

Ele sobe até sua canela

Admira-a de tão bela

E indo e vindo chega as coxas

Que de frio estão roxas

Então chega a seu meio

Molha-o sem receio

E mais que depressa

Chega a seu seio

Ela embevecida vai se deixando levar

Agora não quer recuar

Mergulha e ele a toma inteira

Beijando-a sem estribeira

E assim fazem amor

Entregam-se ambos sem pudor

Acariciam-se mutuamente

Até o gozo premente

Finalmente maiores ondas

Levam-na de novo a areia

Ela saciada se apeia

E vai fazer uma ronda

Ele sabe que ela voltará

E de novo recomeçará

A troca de carícias

Intensa de malícias

E assim continuarão

Por todo o dia

Destilando paixão

A sereia e seu marzão

Quando a noite chegar

Ambos irão descansar

Recuperar-se da porfia

Amanhã será de novo dia

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 13/03/2012
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