Quando você se foi
Quando você se foi era o tempo
em que a noite caía sobre mim.
Não havia lua, nem
estrelas, nem sonhos.
Apenas a penumbra
mortiça de
uma meia-luz na
fresta da porta.
O silêncio cortava o
espaço como um punhal
afiado para a
batalha.
Amores partidos
permeavam
o campo e
o meu coração sangrava
dor e mágoa na
fria madrugada.
Havia uma revolução
de sentimentos,
um não sei o
quê de lágrimas amargas
que percorriam o
leito dos meus olhos.
E de tudo, um pouco,
um muito de você.
Em algum lugar do
peito a incerteza
que a despedida
deixa, como marca
indelével, rubra.
Quando você se
foi uma parte de
mim ficou mimetizada
na poeira dos teus pés.