Uma eternidade

Relicário

Na primeira gaveta do armário

no relicário de todos os meus pertences,

guardo uma caixa de afetos permanentes,

prediletos,

como por excelência.

Um outro embrulho

de conteúdo semelhante,

a prata de um quarto-minguante,

um poema do Pessoa,

e um terço.

E por debaixo da sutil e pessoal riqueza

respaldo a insistência e a firmeza

com que sempre apostei na tua vinda:

Guardo uma toalha de mesa, sem uso,

e um lençol, muito branco, de linho.

Olga Maria Scuoteguazza

Uma eternidade

Saudades...

Da timidez do teu olhar

Da sinceridade do teu olhar

Da felicidade do teu olhar

Da tristeza que esconde atras dos olhos.

Do primeiro encontro

O primeiro encanto

A primeira despedida.

Saudade dor contida

Dentro de mim escondida

Querendo saltar do meu peito.

Quero gritar, não grito

Quero chorar, não choro

Quero dormir, não durmo.

Abro a janela do quarto

Olho para um quadro

Abro as gavetas onde guardo

Os versos que escrevo.

Tudo tem sentido, nada faz sentido

As paredes tem ouvido

Calo.

Sou prisioneiro

Desse sentimento estrangeiro

Dentro de um trem de passageiros

Onde sou o único no vagão.

Numa caverna escura

Quero respirar,

O ar está parado.

Me sinto interligado

Por dentro e por fora.

Não saíste de mim um instante

Desde a noite de ontem

Sinto a eternidade das horas.

Tony Bahia

Saudade é uma palavra,

expressão, sentimento, vão...

que não se domina,

ao contrário...

seguimos assentindo piamente todos os seus passos.

Adah

Sábias palavras de uma "Grande Poeta" - obrigado, Adah.

Visitem a página de Adah.

"Fico sempre emocionado quando a leio"!

Tony Bahia

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 11/03/2012
Reeditado em 12/03/2012
Código do texto: T3547647